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Discos de Vinil Novos - As boas, más e Editoras a evitar!

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Mensagem  SergioRZ 6/7/2017, 01:44

Este é um tema recorrente entre novos (e não tão novos) adeptos do vinil, a eterna procura pelo conhecimento que permita perceber quais são as boas e as más editoras, e assim evitar comprar material de qualidade inferior que, infelizmente, existe bastante hoje em dia.

Abro este tópico com o objectivo de partilhar informação e ajudar directamente quem tenha questões relacionadas com este tema da qualidade geral das editoras que existem hoje em dia, ou até sobre discos concretos que estejam no mercado e que levantem algum tipo de dúvida.

De forma geral eu divido as editoras em 3 ou 4 (ou 5 ou mais) grupos principais:

1 - As editoras "boutique" audiófilas, que quase sempre apresentam resultados de qualidade superior, obtidos através de metodologias rigorosas (por exemplo, quando possível, produção audio 100% analógica) que obedecem aos melhores standards técnicos, e que tornam muitas vezes essa informação pública (quem masterizou, qual a fonte usada, etc). Recorrem quase sempre a estúdios e/ou engenheiros de renome na área da Masterização Audio (por exemplo nomes como Bernie Grundman, Kevin Gray, Chris Bellman, Krieg Wunderlich, Sean Magee, Doug Sax, Steve Hoffman, Ray Staff, Willem Makkee, e muitos outros), e a prensagem normalmente é realizada numa das quatro melhores fábricas do mundo: a Quality Record Pressings (QRP - USA), a Record Technology Inc (RTI - USA), a Pallas (Alemanha) e a Optimal Media (Alemanha). Neste grupo selecto de editoras especialmente recomendáveis encontram-se nomes como a Analogue Productions (USA), Original Recordings Group (ORG - USA), Mobile Fidelity Sound Lab (MFSL - USA), Impex Records (USA), ORG Music (USA atenção que é diferente da outra ORG que mencionei no início), Audio Fidelity (USA), Pure Pleasure (EU/UK) e Speakers Corner (EU/DE) entre outras...

2 - As editoras "menos más", que não são propriamente audiófilas (embora muitas vezes que queiram fazer passar por isso), mas são empreendimentos independentes com vista à produção de discos de vinil com qualidade boa ou média, normalmente com acesso a catálogos bem conhecidos, que recorrem quase sempre a estúdios e fábricas de "meio da tabela", raramente fazem produções 100% analógicas ou têm acesso a master tapes, mas existe algum critério de qualidade médio, o preço também é quase sempre moderado comparando com as editoras mais audiófilas. Neste grupo enquadram-se bem por exemplo a Music On Vinyl (MOV - EU) que é muito famosa, a Friday Music (USA), e outras do mesmo tipo... diria que não trazem muito valor acrescentado, mas muitas vezes têm o mérito de disponibilizar catálogos musicais que de outra forma não estariam no mercado em vinil.

3 - As editoras "majors", ou seja os grandes grupos como a Sony, Universal, Warner, etc... e suas derivadas/subsidiárias. Estas são as editoras tradicionais, as grandes "marcas", e todas elas agora incluem um vasto catálogo de discos de vinil. Este grupo é muito vasto e há de tudo, desde produtos excelentes, até produtos medíocres... não há fórmula nem tendência geral, cada caso é um caso.

4 - As editoras "indie", pequenas etiquetas (ou labels) de nicho de mercado normalmente associadas a nichos musicais como o house, post-rock, alt-rock, etc etc... normalmente editoras com recursos muito reduzidos que procuram muito os estúdios e fábricas de países mais baratos como o leste da Europa ou pequena indústria dos EUA, também é um grupo muito desigual com enorme disparidade de metodologias e qualidades.

5 - Finalmente as editoras "parasitas"... este é o grupo que se enquadra mesmo no termo de Editoras a Evitar, ou até de fugir a sete pés! Trato desta forma estas editoras porque elas fazem exactamente isso, parasitam os catálogos de conteúdos com mais de 50 anos que estão ao abrigo da legislação de "Public Domain" na Europa, lei essa que lança para o domínio público (ou seja sem necessidade de pagar direitos de autor, copyright ou licenciamento) um vasto conjunto de obras musicais, quase sempre jazz mas também de outros géneros. Esta manobra permite que editoras como a Waxtime, DOL, Doxy, Pan Am, Vinyl Passion, e muitas outras (nascem como cogumelos) pegar numa fonte qualquer, que pode ser um CD ou um MP3, qualquer versão digital existente e disponível no mercado ou na internet, e no fundo copiar essa versão para um disco de vinil, de forma perfeitamente legal e sem pagar um tostão a ninguém. Estas editoras fazem os discos "carne para canhão" com o único intuito de capitalizar sobre esta legislação Europeia, a partir de nomes sonantes como o Dave Brubeck Time Out, Miles Davis Kind Of Blue, e outras obras famosíssimas, mas infelizmente são quase sempre produções audio "a martelo", sem qualquer tipo de qualidade.
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Mensagem  Orion 20/7/2017, 05:15

Muito bom, Sérgio. É dessa informação que a malta precisa mesmo. Wink

Muitas vezes é dificil ao comum consumidor discernir o trigo do joio.
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