GIRA-DISCOS; reproduzir vários discos

Eu tenho o gira-discos descrito no seguinte link http://www.radiomuseum.org/r/philips_gf446gf_44.html,
no entanto não sei como é feita a transição dos discos, pois o meu só tem aqule braço tipo forquilha em cima, e não tem nehum eixo alto central. Já percorri todo o GOOGLE, mas não encontro a descrição de como funciona este sistema. Gostaria que me ajudassem na resolução do probelema. Obrigado...

Olá TNTiago,

Você precisa do pino central alto, do contrário não há como empilhar discos acima do prato para serem reproduzidos automaticamente, caindo um por um no prato.
Talvez um pino alto de outro toca-discos da Philips possa funcionar nesse, é questão de testar.

Abraços

mas como é feita a transição entre discos? como é que só cai um de cada vez? uma vez que o pino central tem um diâmetro muito reduzido, existe também uma peça que está perto do braço que vai a acima aquando a mudança de disco. Podia explicar-me como funciona este sistema. Obrigado

Os meus pais tinham um gira discos um com esse acessório e conheço de outras pessoas também.

O pino empilha os discos em cima e existe uma alavanca que os vai deixando cair um de cada vez que o anterior chega ao fim.
O braço deve ser automático também para tal.

É o antecessor das Juke Box de CDs...

Existiam tambem Juke Box's de vinilos de 45 RPM, que saudades.

Olá TNTiago,

A questão que pões não é fácil de responder por escrito.Contudo, vou tentar dar-te uma ideia de como esse mecanismo funciona.

A tal haste em forma de forquilha, ou em L ,dependendo do modelo, destinava-se exclusivamente a estabilizar na horizontal os LPs empilhados.Tal como referiu o nosso amigo José Augusto (abraço para ti) falta-te um pino central metálico,comprido, que era introduzido no no lugar desse pequeno e que possuia uma pequena alheta que espetava de fora e impedia os discos de caírem.Com a rotação do prato, existe um mecanismo que é acionado, na base do referido pino e que faz com que a mencionada alheta recolha por muitos breves instantes, o suficiente para que apenas um disco conseguisse escorregar e caír sobre o prato, abrindo logo de seguida para continuar a suster os restantes discos.
Em sincronia com estes movimentos, é actuado um outro mecanismo que impulsiona a tal peçinha que tu vês subir e descer do lado de trás logo por de baixo do braço.Esta ao subir ,levanta o braço (a agulha ) do disco ,e ao rodar faz girar o braço para a sua posição de repouso ,altura em que cai um dos discos.Acto contínuo a peça ao rodar faz voltar o braço, alinhando-o com o disco e baixando-o sobre o mesmo.
Existe uma peça mais larga que encaixa sobre o tal pino e que permite a reprodução de singles.Ao selecionares a velocidade de 45 r.p.m na respectiva alavanca o mecanismo faz as devidas compensações para que desta feita a agulha vá pousar onde deve , no disco mais pequeno.Neste caso os movimentos são mais acelerados dada a maior velocidade de rotação do prato.
Tudo isto é feito mecânicamente pelo que não te assustes com os clicks e clacks.Se levantares o prato verás todos estes mecanismos responsáveis por estas facilidades.Nesta altura não havia nada de electrónico nestas soluções.

Nota que esse gira apenas tem interesse como peça de colecção pois as cabeças usadas eram do tipo cerâmico e o peso de leitura andava na ordem dos 4 a 5 gramas o que levava a um desgaste relativamente rápido dos discos.Para além disso as constantes quedas dos discos parados sobre os que já se encontravam a rodar levava á sua rápida deteriorização.
Melhor do que isto, só se fores de Lisboa e quiseres cá vir para eu te explicar com o auxílio de alguns esquemas.

Espero ter ajudado,

Um Abraço.

João Gouveia

PS: não eram antecessores das juke boxes.Estas já existiam e o seu funcionamento era algo mais complexo.

MUITO OBRIGADO João Gouveia,

Compreendi perfeitamente tudo o que explicou, eu já tinha desmontado todo o gira discos e lubrificado, só não tinha reparado que quando o mecanismo fazia a mudança de disco havia uma chapa a passar direitinha no furo para esse pino lá memo em baixo do gira discos.
Quanto á tal peça vem descrita com um círculo há volta na 2ª imagem do seguinta link http://www.hupse.eu/radio/frameset.htm?philips_ag1015.htm&ContentFrame,
e eu penso que esta sim define se o disco a reproduzir é LP ou single.

Viva TNTiago,

Essa "chapa" efectivamente define o lugar onde a agulha vai pousar.A mesma é acionada pelo selector de velocidade.
Nota que devido a esta concepção não conseguirás por maxi-singles a tocar utilizando o Automático.Como a velocidade selecionada são as 45r.p.m a agulha irá pousar a mais de meio do disco.Nestes casos terás de colocar a alavanca ou botão na posição de START e não levá-la á posição de AUTO.Deste modo o prato arranca e depois terás de colocar á mão a agulha sobre o disco.
Esses mecanismos sempre me fascinaram.Cabeçinhas pensadoras as de quem os desenvolveu.

Sempre que precisares cá estaremos.Não deixes de lêr os nossos tópicos "Apresentação" e "Serviços".

Um Abraço.

João Gouveia.

PS:Não chegaste a dizer de onde és.

Eu sou da cidade de Pombal (toda a gente conhece ou já ouviu falar), já fiz a minha apresentação no respectivo tópico.
Mas eu não não faço parte do pessoal que quer estar sempre a melhorar o seu sistema, eu apenas gosto do material antigo como é o caso do meu gira discos, pois tudo o que temos agora é simplesmente uma versão actualizada do que já existiu...lool.
No meu gira discos a alavanca das velocidades não tem nada a ver com essa pecinha que é transparente e que está mesmo ao lado dos dois braços. Mal a sequência de transição de disco começa essa pecinha sobe,(se eu a deixar subir até cima, a cabeça depois só pára a 5cm do eixo, seu a deixar só subir um bocado pára no início do Single, se eu não a deixar subir nada, a cabeça pára logo no início do prato). Encontrei neste link uns detalhes do meu gira(a tal pecinha transparente está mesmo do lado esquerdo do braço em "L" numa pequena falha da chapa)...http://www.grammofoon.com/frameset.htm?http://www.grammofoon.com/Philips/philips_22gf446.htm&ContentFrame
Obrigado por toda a preocupação...

TNTiago escreveu: pois tudo o que temos agora é simplesmente uma versão actualizada do que já existiu...

Uma grande verdade sim senhor, e muito ou quase sempre esquecida.
Muito pano para mangas daria esta frase. Sem dúvida verdade filosófica e se calhar prática, enfim, falar-se-á disso qualquer dia.

Saudações Audiófilas